O Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Ivaí e Região (Cisvir), em conjunto com o Departamento de Saúde Mental da Autarquia Municipal de Saúde de Apucarana (AMS), realizou nesta segunda-feira (10/09) uma série de eventos em alusão ao Dia Mundial de Prevenção do Suicídio. A primeira atividade do dia aconteceu pela manhã na Praça CEU, localizada no Jardim América. Na oportunidade, a médica psiquiatra Priscilla Santos Miguel Maistro, proferiu a palestra “Nossas vidas importam”, direcionada a profissionais da imprensa. Já no período da tarde, no auditório da 16ª Regional de Saúde, aconteceram palestras com profissionais da educação e da saúde com Dra. Priscilla Maistro e com o Dr. João Paulo Bulla Maria.
Um fenômeno que ocorre em todas as regiões do mundo, estima-se que anualmente mais de 800 mil pessoas morram por suicídio e, a cada adulto que se suicida, pelo menos outros 20 atentam contra a própria vida. “É preciso falar sobre o suicídio, mas também é preciso ouvir sobre ele. Temos que escutar quem está tentando ou tendo ideação suicida. Por isso as pessoas devem estar atentas a qualquer sinal. Procurar sempre escutar sem julgamento, ter uma escuta qualificada. Pois o sofrimento é diferente de uma pessoa a outra. O que para mim é grave talvez para você não seja, cada um tem uma intensidade de sofrimento”, relata a psicóloga Karinne Nathallie Mareze Carleto, coordenadora de Saúde Mental de Apucarana.
Ela frisa que Apucarana possui um serviço público de atendimento para casos de tentativa de suicídio e também de ideação suicida. “Nós contamos com ambulatório de psicologia e de psiquiatria no Cisvir, atendimentos psiquiátricos no Hospital Regional do Vale do Ivaí e também no CAPS de Cambira, que dá um grande apoio em relação aos transtornos mentais e aos casos relativos ao suicídio. Temos uma equipe de psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais, enfermeiros e apoio de toda a atenção básica”, informa Karinne. Ela destaca a importância das pessoas contribuírem com a prevenção do suicídio e a valorização da vida. “Muitas vezes o sofrimento da pessoa é tão grande, que ela não tem condições de decidir se ela quer procurar um tratamento ou não, por isso que contamos com o serviço público, com os familiares, amigos dessa pessoa, pois pode ser que ela não tenha capacidade de decidir, por isso é relevante que ela seja orientada a procurar ajuda antes de ter uma tentativa ou ideação suicida. O serviço público está preparado para dar todo amparo à família e à pessoa em sofrimento”, orienta Karinne Carleto, coordenadora de Saúde Mental.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o suicídio representa 1,4% de todas as mortes em todo o mundo, tornando-se, em 2012, a 15ª causa de mortalidade da população em geral e, entre jovens de 15 a 29 anos, a segunda principal causa de morte. A médica psiquiatra Priscilla Santos Miguel Maistro, falou sobre o tema e sobre a campanha “Setembro Amarelo”. “Essa campanha teve início pela Associação Brasileira de Psiquiatria e também pelo Conselho Federal de Medicina, que escolheu o mês de Setembro para uma sensibilização maior acerca da prevenção do suicídio. Saúde mental é algo que devemos falar o ano inteiro, mas esse é um período em que atuamos ainda mais para reduzir o preconceito, o estigma com relação às doenças mentais e ao suicídio. Um tema bastante importante, uma questão de saúde pública que deve ser tratado com muito respeito e atenção em relação às pessoas que sofrem e estão precisando buscar ajuda”, esclareceu a médica.
Ela explica que o suicídio é um problema de saúde pública “Existem muitos casos, mas dentro da psiquiatria a gente saber que a maioria dos casos podem ser evitados quando há o atendimento adequado”, salientou a médica, que reforça as formas que a sociedade pode contribuir. “Qualquer pessoa dentro da família, do trabalho, em diversos ambientes, pode identificar fatores. A gente percebe que aquela pessoa está em risco, se isolou, está expressando pensamos suicidas. Nestes casos a forma de prevenção é estar perto desta pessoa e prestar ajuda, encaminhar para um atendimento médico psiquiátrico. Estar aberto ao diálogo, dar atenção e apoio são principais fatores de proteção”, conclui a médica psiquiatra Priscilla Maistro.