Há cerca de quatro anos, depois de atuar em escritório em várias partes do Brasil, Solange Aparecida de Araújo decidiu deixar a correria e o estresse do trabalho na cidade para se reaproximar da vida no campo. A decisão a reaproximou da propriedade rural da família, Sítio São Pedro, no Distrito de Pirapó, onde passou a atuar ao lado de seu pai, Paulo Amadeo de Araújo. Um tanto quanto reticente às novas práticas da cafeicultura moderna, o pioneiro acompanhou de perto a evolução da produção que, através do novo manejo, agora ganhou terras estrangeiras.
Há alguns dias, um primeiro carregamento de café da propriedade apucaranense foi exportada para a Austrália. “A quantidade ainda é pequena, foram 13 sacas de 60 quilos da variedade IPR 107, mas é uma conquista que estamos saboreando e pretendemos aumentar a cada ano”, disse Solange. Ela conta que o processo de qualificação da produção e a exportação tiveram acompanhamento de uma professora e alunos de mestrado em Agronomia da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e da Capricórnio Coffee, respectivamente. “É um trabalho bastante árduo, mas também prazeroso, sobretudo com um resultado como este”, comemora Solange. De acordo com ela, o lote exportado chamou a atenção dos pesquisadores e dos australianos por ser diferenciado. “Eles classificaram a bebida como de sabor complexo, composto por um misto de sensações”, conta, revelando que neste ano o comprador australiano deve vir pessoalmente conhecer a propriedade e demais lavouras apucaranenses.
A informação, até então restrita aos membros da Associação de Cafeicultores do Distrito de Pirapó, foi repassada nesta sexta-feira (25/01) ao prefeito em exercício Júnior da Femac, durante reunião de trabalho realizada no gabinete municipal. “Fico muito feliz em saber desta conquista da Solange, que é filha de cafeicultor pioneiro de Apucarana. É a prova de que a lavoura apucaranense vai estar sempre forte, com filhos, netos e bisnetos dando continuidade e aprimorando a produção do café “made in Apucarana”, que é sempre referência no Brasil pela sua qualidade e agora começa a ganhar também mercado internacional”, vibra o prefeito em exercício.
Ele assinala que além do solo e o clima da cidade serem propícios para a cafeicultura, a prefeitura também contribui através do Programa Terra Forte Cafeicultura que, além de assessoria técnica, também repassa – de forma subsidiada – mudas de qualidade para os produtores. “A cafeicultura é o segundo produto agrícola mais produzido em Apucarana, simbolizando 8% do total da área de plantio”, comenta Júnior. O primeiro lugar é ocupado pelo soja.
Com a presença do vereador Franciley “Poim” Godoi e do secretário Municipal de Agricultura, José Luiz Porto, durante a reunião os membros da Associação de Cafeicultores do Distrito de Pirapó apresentaram projetos para 2019 e alguns pedidos de apoio para a administração municipal. “Entre eles a aquisição de um implemento agrícola para auxiliar no plantio de mudas de café. É uma máquina fantástica que eles afirmam que será de grande utilidade para todos os associados e vamos estudar uma forma de contribuir neste sentido”, afirmou Júnior da Femac. Acoplada em um trator, o implemento tem capacidade para plantar até 10 mil mudas de café por dia e tem custo estimado em R$25 mil.