A Faculdade Apucarana Cidade Educação (Faced) recebeu nesta semana a perita externa Dra. Sônia Maria Sperandio Lopes Adum. A diligência “in loco” foi um pedido da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e o objetivo da avaliadora foi colher impressões e informações sobre o real estágio de funcionamento da instituição de ensino superior municipal. Embora autorizados pelo Ministério da Educação (MEC), todas as turmas dos quatro cursos de graduação iniciados a partir de 2009 – Pedagogia, Filosofia, Letras Português/Espanhol e Letras Português/Inglês – ainda não conseguiram o reconhecimento junto ao Conselho Estadual de Educação (CEE), imprescindível para a certificação dos diplomas.
“Realizei reunião com os gestores municipais, diretores, coordenadores, professores e alunos da Faced. A partir destes diálogos e análise da estrutura que estou verificando vou constituir um relatório e entregar à Seti que, por sua vez, através de um relator vai enviar parecer ao Conselho Estadual de Educação (CEE) que vai deliberar sobre o assunto”, explicou a perita. Ela frisou que em outra avaliação, ainda na gestão municipal anterior, metas já haviam sido impostas para o reconhecimento dos cursos. “Este relatório vai informar à Seti e ao Conselho, por exemplo, se as carências anteriormente verificadas foram solucionadas e, se não, em que estágio de resolução estão”, informou Dra. Sônia.
Acompanhado da Secretária Especial de Ensino Superior, professora Marli Regina Fernandes da Silva e da equipe diretiva da Faced, o prefeito Beto Preto (PT) foi ouvido pela avaliadora e frisou a intenção do atual governo de manter a faculdade municipal em funcionamento. Durante a audiência, Beto entrou em contato com o Conselho Estadual e agendou reunião com o presidente, Dr. Oscar Alves, para trocar a documentação protocolada pela administração anterior, que sinaliza o desejo do então governo de encerrar com as atividades da Faced.
“Deixei claro à perita o interesse que temos em manter a faculdade e vou reafirmar diretamente ao conselho que, por parte da nossa gestão, não há vontade política e nem pessoal de encaminharmos a instituição para o fechamento. A intenção é de manutenção e fortalecimento, dentro de uma gestão democrática e transparente”, reforçou o prefeito Beto Preto. De acordo com ele, o modo como a instituição vinha sendo gerenciada simboliza “um descaso com a Educação”. “Infelizmente a “Cidade Educação” só existia no carimbo. Estamos agora colocando a casa em ordem, abertos ao diálogo com todos os setores”, afirmou.
Segundo Beto, os trabalhos caminham para que a Faced mantenha ou insira cursos diferenciados dos que já existem no município. “Está será uma das discussões que vamos levar à Conferência Municipal da Educação, que vamos realizar neste mês de junho”, concluiu o prefeito.
Atualmente a Faculdade Apucarana Cidade Educação (Faced) possui 160 alunos. São 18 professores e três coordenadores. Em 2012 já houve a formatura de uma turma de Pedagogia. Em julho outras três turmas de cursos diferentes concluem a matriz curricular e até o final do ano todos os cursos iniciados desde 2009 formam seus alunos. “Por isto nossa preocupação em atender os protocolos junto à Seti e Conselho Estadual para o reconhecimento dos cursos e certificação dos diplomas. Desde janeiro, quando assumimos, há um grande empenho de toda equipe para que os direitos dos acadêmicos sejam resguardados”, relata professora Marli, secretária Especial de Ensino Superior.
Ainda durante a reunião com a avaliadora, a diretora-presidente da Faced, professora Cibele Barneze, relatou as dificuldades herdadas. “Chegamos aqui em janeiro e encontramos a chave da faculdade na guarita. Não houve a menor preocupação dos gestores anteriores com a continuidade dos trabalhos. Demoramos os três primeiros meses só para organizar a documentação e iniciar de fato um planejamento que privilegie a pesquisa, o ensino e a extensão”, contou.
Tendo como mantenedora a Fundação Apucarana Cidade Educação (FACE), ligada a Prefeitura de Apucarana, os cursos da Faced são presenciais e oferecidos apenas no período noturno. Alegando falta de recursos para manter a estrutura, em novembro de 2010 o ex-prefeito João Carlos de Oliveira (PMDB) cancelou a realização de novos vestibulares e, até o fim do mandato, em dezembro de 2012, as atividades da Faced ficaram em segundo plano.