“Turismo religioso é isso: integração.” A definição é do padre Carlos Alberto Chiquim, feita durante a palestra de abertura do X Congresso Internacional de Turismo Religioso Sustentável, que iniciou nesta segunda-feira e se estende até quarta, no Cine Teatro Fênix, em Apucarana. E essa integração passa pelas diversas denominações religiosas e por vários setores da sociedade, como prefeituras, universidades, hotéis, pousadas e agências de turismo. “Juntos, trabalhando com parcerias, é possível elaborar modalidades de atrativos, mesmo que o local não conte com santuários ou festas populares”, afirmou, durante a palestra que teve como tema “Fundamentos e Dimensões do Turismo Religioso”.

Padre Chiquim é presidente da Associação Inter-religiosa de Educação (Assintec), coordenador da Pastoral Nacional de Turismo Religioso, foi por 18 anos secretário-executivo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e escreveu uma série de livros de evangelização, vocacionais e de turismo religioso. Entre as obras está o livro “Turismo – Uma Pastoral Diferenciada e Integradora”, lançado para ajudar na implantação da Pastoral do Turismo nas dioceses e paróquias do Brasil.

De acordo com o padre Chiquim, primeiro é necessário quebrar barreiras e eliminar alguns preconceitos que ainda existem, entre os quais o de que o turismo religioso “é coisa igrejeira”. “É uma segmentação que tem como motivação central a fé e está fundamentado na diversidade. É um patrimônio comum das religiões e da humanidade”, destaca. O religioso também afirma que o turismo religioso não deve ser visto apenas como um fator gerador de renda. “Existe algo muito mais profundo e nossa missão é dar esse norte, criar essa mística”, observa.

Para ilustrar a diversidade e a necessidade de integração, padre Chiquim afirma que os maiores destinos turísticos do mundo são de variadas religiões, como as mecas e mesquitas do mundo muçulmano e islâmico, o Templo de Vaisho Devi e o Rio Ganges na Índia, os jardins suspensos da fé Baha'i em Israel e as basílicas de Guadalupe no México, de Aparecida do Norte no Brasil e a cidade de Lourdes na França, além do Vaticano e de Roma.

Há os atrativos turísticos religiosos naturais, mas o grande filão – na visão do padre Chiquim – está nos espaços que podem ser criados. São as chamadas novas modalidades de turismo religioso, que exigem criatividade e ousadia, especialmente dos gestores públicos. “Apucarana, por exemplo, não tem nenhum santo, mas tem coisas que podem ser criadas, como os parques de temática religiosa. A criatividade é o toque de mestre para o desenvolvimento sustentável de uma região e que depende de um trabalho integrado entre os municípios e de parcerias”, avalia.

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