A pandemia de Covid-19 trouxe prejuízos socioemocionais significativos às crianças e adolescentes. Um exemplo que foi notícia nacional é de um grupo de 26 estudantes de uma escola estadual de Recife-PE, que necessitou de atendimento médico após uma crise coletiva de ansiedade. Segundo estudo realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de São Paulo (USP), 36% dos jovens brasileiros, com idades entre 5 e 17 anos, apresentaram algum sintoma de estresse, depressão ou ansiedade durante os últimos dois anos.
Preocupada com o bem estar das crianças e adolescentes no contexto pós-pandemia, a Prefeitura de Apucarana, por meio da Autarquia Municipal de Educação (AME), da Autarquia Municipal de Saúde (AMS) e do Comitê Intersetorial de Saúde Mental, vem garantindo que os alunos das redes estadual e municipal sejam assistidos por profissionais da área de psicologia, conforme a necessidade de cada um, desde a retomada das aulas presenciais.
“Graças ao cuidado redobrado que estamos tendo com a saúde mental dos nossos alunos, eles conseguiram voltar aos bancos escolares e às suas rotinas de estudos após a pandemia sem maiores problemas. Apucarana não registrou nenhum caso grave como temos visto em outras cidades da região e do país,” afirma o prefeito Junior da Femac.
Os estudantes da rede estadual de educação estão recebendo auxílio psicológico e psiquiátrico por meio de programa do Comitê Intersetorial de Saúde Mental, que é formado por representantes das secretarias municipais da Mulher e Assuntos da Família, Saúde, Esporte e Assistência Social. “A Prefeitura de Apucarana contratou profissionais de psicologia e colocou à disposição do Núcleo Regional de Educação, para atender os adolescentes e jovens matriculados nos dezoito colégios estaduais situados no município. A prioridade é cuidar do ser humano,” destaca o prefeito Junior da Femac.
REDE MUNICIPAL – A secretária de educação, Marli Fernandes, explica que as crianças matriculadas na rede municipal já recebiam suporte psicológico, por meio do Centro de Apoio Multiprofissional ao Escolar (CAME), mesmo antes da emergência sanitária. “Após a pandemia, nós firmamos também uma parceria com o curso de psicologia da Faculdade de Apucarana (FAP) para reforçar o atendimento prestado aos alunos, que ficaram por muito tempo sem o convívio social, imprescindível para o desenvolvimento cognitivo, e muitas vezes tiveram que lidar com a morte de familiares. Dez crianças já foram atendidas pelo projeto Olhar Acolhedor no Contexto Educacional desde setembro do ano passado”, disse.
Além disso, em 2021, o CAME realizou avaliação psicoeducacional em 408 alunos, encaminhou 55 crianças para avaliação psicológica no Centro de Apoio Psicossocial Infantojuvenil (CAPSIJ) e outras 133 para psicoterapia no Sistema Único de Saúde.
O Projeto Olhar Acolhedor no Contexto Educacional vem investindo ainda na formação continuada dos docentes da rede municipal de Apucarana. “Por meio das palestras, os professores são orientados a ficarem atentos a possíveis mudanças no humor e no comportamento dos alunos. O primeiro passo para um acompanhamento emocional eficaz é criar um ambiente em que a criança sinta-se confortável para expressar os seus sentimentos,” acrescentou a coordenadora do CAME, Léia Sofia Viale.
A implantação do Sistema Integrado de Ensino Maxi nas 35 escolas municipais de Apucarana é outra medida que visa reduzir os impactos da pandemia na vida dos estudantes. “Esse material didático é pautado na pedagogia afetiva, que valoriza as interações humanas e forma cidadãos racionalmente e emocionalmente preparados para enfrentar as diversas situações que aparecerão ao longo das suas vidas,” completa a secretária de educação, Marli Fernandes.