Após enfrentar a crise da invasão asiática e a da própria economia brasileira, as entidades ligadas ao setor de bonés e vestuário projetam um cenário otimista para 2018. Depois de reduzir o quadro funcional em até 30%, o segmento começou a retomada já no final do ano passado e o impulso continua neste início de 2018, com a reposição de parte dos funcionários.
A avaliação foi feita nesta quinta-feira (25/01) pelo empresário e coordenador do Arranjo Produtivo Local, Jayme Leonel, em entrevista coletiva convocada para marcar o Dia do Boné, comemorado oficialmente no dia 31 de janeiro. O ato ocorreu na sede do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Apucarana e Vale do Ivaí (SIVALE), uma das diversas entidades que congregam o APL Bonés.
Jayme Leonel lembra que Apucarana continua sendo o principal polo produtor de bonés do Brasil, com a confecção de cerca de 4 milhões de peças por mês. “Já passamos uma época de pleno emprego e também por crises, como a asiática e mais recentemente a interna. O segmento tem uma função importante no primeiro emprego e também emprega bastante mão de obra feminina”, pontua Jayme Leonel.
A fabricação de bonés em Apucarana teve início em 1974, a partir da produção artesanal de bandanas e tiaras que eram comercializadas em feiras agropecuárias, exposições e nas praias do litoral paranaense. Hoje, Apucarana é um dos grandes polos na confecção do artigo e de produtos associados (bandanas, bolsas, porta CD’s e camisetas).
Jayme Leonel estima que o segmento do vestuário, envolvendo bonés, camisetas, jeans e moda, gera cerca de 10 mil empregos diretos e outros 10 mil indiretos. “Um levantamento feito pela Federação das Indústrias do Paraná , realizado há cerca de três anos, mostrou que Apucarana tinha mais empregos formais do que Maringá e Cianorte, que são dois centros importantes do vestuário no Paraná”, compara.
DATA COMEMORATIVA – O Arranjo Produtivo de Bonés (APL Bonés) foi implantado em 2003, época em que Apucarana vivia o “boom” do artigo. “O Dia do Boné foi criado alguns anos depois, após a realização de uma pesquisa para definir uma data comemorativa. Foram deixadas urnas para votação em vários pontos e foi escolhido o 31 de janeiro, dia em que foi registrada formalmente a primeira indústria deste segmento na cidade”, lembra Jayme Leonel.
Beatriz Poletto, consultora do Sebrae, afirma que a governança do APL pensa semanalmente o boné e a moda dentro do segmento vestuário. “Um grupo de empresários se reúne todas as quintas-feiras, das 7h30 às 8h30, na sede do Sivale. É um grupo que pensa e se preocupa com o futuro do segmento. O resultado vem em forma de ações para os setores envolvidos, como oportunidades de participar de rodadas de negócios e de levar os produtos e vender fora do país”, exemplifica a consultora do Sebrae.
“POLO DAS FACÇÕES” – O prefeito de Apucarana, Beto Preto, enaltece o desempenho e a importância do setor de confecções na economia de Apucarana, principalmente na geração de empregos. “Tudo começou com o boné e hoje estão sendo incorporados outros segmentos como o jeans, moda e camisetas, gerando a maior parcela dos postos de trabalho na cidade”, comenta o prefeito, cumprimentando empresários e trabalhadores do setor.
Beto Preto lembra que pretende ativar ainda neste primeiro semestre o “Polo das facções”, que irá funcionar num barracão adquirido pelo município. “O espaço irá abrigar micro-empresas do setor de confecções, no formato de incubadora, dando suporte para que possam se desenvolver no início de suas atividades”, anuncia Beto Preto.