Orientar e alertar veterinários sobre a nova fase da leishmaniose visceral no Paraná, atualmente com índice de endemia em Foz do Iguaçu, e em estados como São Paulo e Mato Grosso. Este foi o foco da palestra proferida ontem (23) à noite pelo médico veterinário pós-doutor em saúde pública, Italmar Teodorico Navarro, no salão nobre prefeitura de Apucarana.
O evento, realizado em parceria pela prefeitura de Apucarana e Universidade Estadual de Londrina, também teve como palestrante a médica veterinária especialista e mestre em saúde pública com ênfase em leishmanioses, Eloiza Teles Caldart. De acordo com Italmar Navarro, a leishmaniose visceral é transmitida pelo mosquito palha que utiliza o cão como reservatório. “É uma doença que chega primeiro nas cidades através dos cães. Se alguém traz para Apucarana um cão da região onde tem leishmaniose esse animal introduz a doença aqui. Quando o mosquito pica o cachorro e depois pica o ser humano ele transmite a leishmaniose visceral”, explica Navarro.
Pós-doutor em saúde pública, Navarro destaca que leishmaniose visceral é uma doença grave, crônica, que pode demorar meses para aparecer os sintomas e ataca o ser humano por dentro, acometendo o fígado, o baço, a medula óssea e se não tiver um cuidado médico especial, vai a óbito, especialmente crianças e idosos.
“Estou percorrendo o norte do Paraná com palestras para reforçar a importância da identificação imediata de algum caso para assim fazer o controle da doença. Nossa preocupação neste encontro com os veterinários é alertá-los para que fiquem atentos com os cães da cidade, se os de rua, do canil ou de residências para evitar que a leishmaniose visceral dissemine”, enfatiza Navarro.
Prevenção
O palestrante Navarro detalha que o mosquito palha é parecido com o pernilongo, muito pequeno, aparece no fim da tarde e começo da noite, e cresce em material orgânico. “Esse inseto se desenvolve no quintal onde tem folhas apodrecendo, frutas e lixo amontoado. É neste ambiente que ele se desenvolve. Então a prevenção está neste cuidado em nossas casas, evitando assim criar ambiente favorável para procriação do mosquito que pode nos transmitir essa grave doença”, orienta.
Sintomas
A orientação do veterinário Navarro também se estendeu quanto aos primeiros sintomas de cães com leishmaniose. Segundo ele, tudo inicia com o emagrecimento e fraqueza do animal, evoluindo para o quadro de pele que pode ser confundido com sarna, além do crescimento anormal das unhas.
Óbito em Foz do Iguaçu
A Superintendente da Vigilância Sanitária da Autarquia Municipal de Saúde, Thaísa de Oliveira Soethe, reforça a gravidade da leishmaniose visceral que é de notificação obrigatória. “Ainda não temos casos confirmados em humanos na região norte do Paraná, porém Foz do Iguaçu teve casos confirmados e até mesmo óbito. Por isso, consideramos extremamente importante alertar os profissionais da área para que tenham um olhar mais atento em relação aos sintomas nos cães. Se conseguirmos controlar a doença nos cães, vamos evitar que ela chegue aos humanos”, declara.
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Dr. Itamar Navarro
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