Interditado desde o início do ano passado pelo Corpo de Bombeiros, que após vistoria vetou a realização de atividades que reúnam mais de 100 pessoas, o Complexo Esportivo José Antônio Basso (Lagoão) começou a receber obras de melhorias e readequações estruturais por parte da Secretaria de Esportes e Lazer. Entre as principais intervenções estão a reforma dos banheiros, construção de saídas de emergência, reparos elétricos e hidráulicos, obras de acessibilidade para atender a pessoas com necessidades especiais e ampliação das dimensões da quadra poliesportiva para 40 metros por 20 metros, padrão oficial. A expectativa é de que a principal praça poliesportiva da cidade possa obter a liberação de uso e ser reativada para grandes eventos já no mês de agosto, quando Apucarana deve sediar a fase Final B dos Jogos da Juventude do Paraná (JOJUP’s).

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O andamento dos trabalhos, realizados por operários da prefeitura, foi acompanhado de perto nesta quinta-feira (15/05) pelo prefeito Beto Preto (PT) e pelo secretário interino do Esporte e Lazer, professor Paulo Aparecido Kisner (Paulão). “Tenho o compromisso com a população de devolver o Lagoão em condições de uso e é neste sentido que estamos dedicando todos os esforços para que possamos retornar podendo oferecer mais escolinhas esportivas, fortalecendo verdadeiramente o esporte amador. Lamentavelmente o descaso das últimas três gestões que me antecederam deixaram esta missão bastante dolorosa. Para entender o meu sentimento de tristeza todas as vezes que entro aqui (Lagoão), convido a cada apucaranense a perder pelo menos meia hora de um dia para presenciar a real situação que estas administrações deixaram esta praça esportiva. Eu, que fui atleta nas décadas de 70 e 80, tenho a lembrança deste ginásio conservado. Dói muito ver o estado de abandono completo que estes ex-prefeitos deixaram o Lagoão”, desabafou Beto.

Para completar o quadro de reforma emergencial do complexo esportivo, a Prefeitura de Apucarana está à espera da chegada de recursos federais que vão garantir a reforma da cobertura, outro grave problema estrutural. “As calhas e rufos apresentam uma série de problemas quanto à vedação, o que ocasiona goteiras sobre a quadra poliesportiva e infiltrações nas paredes encontradas em praticamente toda a extensão do complexo”, frisa o prefeito Beto Preto. No total, a obra está orçada em R$644.581,43. A maior parte dos recursos vem do Ministério do Esporte, sendo R$575.250,00 pelo convênio e R$69.331,43 de contrapartida da prefeitura.

Durante a vistoria das obras, o secretário interino Paulão discutiu outras obras que podem ser incorporadas ao cronograma de melhorias. “Com isto queremos colocar o Lagoão em funcionamento o mais breve possível. A nossa expectativa é de que em agosto possamos sediar a fase final B dos Jogos da Juventude do Paraná e ter aqui neste ginásio a disputa de partidas”, confirmou. Ele também lamentou o quadro de abandono em que a atual administração assumiu o espaço. “Foi um choque para todos nós quando entramos aqui em janeiro do ano passado (primeiro dia da nova gestão). É inadmissível o que os ex-prefeitos fizeram. Fui atleta e ainda hoje sou atleta máster de basquetebol, sou amante do esporte e como gestor, juntamente com o prefeito Beto Preto, reafirmo com a sociedade o compromisso de buscar a liberação do Lagoão para que possamos reativar mais escolinhas e reabrir as portas para nossa população”, disse Paulão.

Também acompanharam a vistoria o secretário da Fazenda, Marcello Augusto Machado, o superintendente de Comunicação, Maurício Borges e operários.

Cobertura da piscina: Justiça vai apurar
responsabilidades por obra inaugurada inacabada

Inaugurada às pressas em dezembro de 2012, no apagar das luzes da gestão do ex-prefeito João Carlos de Oliveira (PMDB), a obra de revitalização, aquecimento e cobertura da piscina do complexo esportivo é outro exemplo, segundo o prefeito Beto Preto, da forma como Apucarana vinha sendo administrada. “Uma total falta de zelo e respeito pela cidade. Até hoje este espaço, que consumiu R$700 mil, não pôde ser utilizado pela população por apresentar uma série de inconformidades. A principal delas é o estado da própria piscina, que apresenta vazamento. Se colocarmos água, todos os dias cerca de 20 metros cúbicos vão para o ralo. Hoje pode existir um buraco embaixo desta estrutura e eu não vou colocar em risco a vida das pessoas. A cobertura também foi entregue com calhas que não foram vedadas corretamente, com isto todo o perímetro do prédio apresenta goteiras”, frisa o prefeito Beto Preto.

Devido a dificuldade de negociação com a empreiteira responsável para solução das pendências técnicas, até o momento a obra não tem o “aceite” da prefeitura. “Tomei uma decisão e já na próxima semana a Procuradoria Jurídica vai estar encaminhando este caso para a Corregedoria Geral da União, para o Ministério Público Federal e para o Ministério Público Estadual para que as responsabilidades sejam apuradas e cobradas”, anunciou o prefeito.

Segundo dossiê técnico realizado em janeiro do ano passado, a obra inaugurada inacabada pela gestão anterior também apresenta várias falhas de execução do piso e pintura, colocação de rodapés, corrimãos, fixação dos arcos/tesouras da cobertura. A obra foi entregue mas não teve o seu perímetro limpo e o pátio externo apresentava o acúmulo de sobras de madeira da construção. Outro grave problema era com a bomba que leva a água para a piscina, que estava exposta, trazendo grande risco aos usuários. O relatório recomendava que a empresa executora – Construtora Casarin Ltda. – efetuasse os reparos.

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