Repertório eclético, com três horas de xote, bolero, vanerão, rasta pé, marchinha, sertanejo dançante e bugio, tocadas pela dupla Santana e Henrique numa quadra poliesportiva do Sesc, marcaram o baile de encerramento das atividades da Semana do Idoso em Apucarana, nesta sexta-feira (5/10).
Janina Vieira, de 71 anos, numa das raras pausas entre uma dança e outra, era uma das mais animadas entre as cerca de 250 pessoas presentes. “Venho para os bailes há cerca de três anos. Para mim, essa foi a melhor coisa que o prefeito fez. A gente se diverte, faz amizade. Sou uma verdadeira macaca de baile. Só paro de dançar se não tenho par. Faz bem para a saúde, faz bem para a cabeça”, diz a suada e contente senhora.
A Semana do Idoso, entretanto, levantou questões que estão bem distantes da alegria contagiante de Janina. Há uma semana, a blitz educativa na Praça Rui Barbosa alertava para as diversas formas de violência praticadas contra a pessoa idosa. A psicóloga da Secretaria de Assistência Social Anne Karine Berton Tamiya cita, como exemplo, a negligência. “Trabalhamos em linha direta com o Ministério Público para apurar as denúncias que chegam a nós. Como casos muito tristes em que a família apenas alimenta o idoso.”
Mas ali, naquela sexta-feira, todos estão não apenas bem alimentados, mas felizes. E dançantes. Manoel Marques, de 85 anos, diz se sentir muito à vontade nos bailes. “Isso aqui para mim é uma verdadeira terapia. Perdi minha parceira fixa de ritmo, minha esposa, há dois anos, e tudo isso é muito importante para mim”, afirma.
Celso Fernandes tem 59 anos e veio ao baile pela primeira vez. Dono de olhos azuis e com idade média menor do que a maioria – embora o mínimo necessário para a entrada seja 50 anos – ele chegou desacompanhado. “Se gostar vou querer voltar. O rapaz que é meu amigo falou muito bem desse baile, vim por indicação dele.”
“Isso daqui é vida, alegria. Não tem depressão, não tem stress. Isso daqui é maravilhoso”, afirma, suada e resfolegante, Gema Manfroi, de 65 anos, que vem, “há três ou quatros anos, não lembro, desde quando começou. Venho lá de Arapongas”. Ela diz que não perde os bailes de terceira idade por nada. E, se significam tudo isso para ela, perderia por quê?
 
 
 

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