Ao término do janeiro branco, mês dedicado para a conscientização da saúde mental, a Autarquia Municipal de Saúde divulgou o balanço dos atendimentos psicológicos. Apesar do arrefecimento da pandemia do coronavírus, a demanda por cuidados psicológicos continua em crescimento, atingindo no ano passado 30.101 atendimentos.

Em 2020, no início da pandemia, foram feitos 4.311 atendimentos na rede de saúde, número que quadruplicou em 2021 quando atingiu 18.585. No entanto, no ano passado, no período chamado de pós-pandemia, a procura pelo serviço continuou aumentando, fechando 2022 com 30.101 atendimentos.

O prefeito Junior da Femac afirma que, diante do agravamento das questões de saúde mental provocados pela pandemia, o Município ampliou a estrutura e a quantidade de profissionais. “Somente no início do ano passado, fizemos a contratação de 15 psicólogos, destinando profissionais para a rede de saúde e também para escolas estaduais”, frisa Junior da Femac.

Além das escolas, os novos profissionais foram destinados para reforçar o quadro nas Unidades Básicas de Saúde e nos centros de atenção psicossocial Infanto-juvenil e de Álcool e Drogas. “Contamos ainda com mais oito psicólogos do programa de residência multiprofissional, que atuam nas unidades básicas de saúde. Toda essa estrutura fez com que tivéssemos condições de atender a demanda, o que contribuiu para o crescimento do número de atendimentos”, pontua Junior da Femac.

O número global de atendimentos é ainda maior, pois na rede municipal de ensino também foram intensificadas as ações de proteção às crianças e aos adolescentes no contexto da pandemia.  “Os alunos da rede municipal são atendidos pelos psicopedagogos e psicólogos do Centro de Apoio Multiprofissional ao Escolar (CAME) e por meio do projeto Olhar Acolhedor, desenvolvido em parceria pela Autarquia de Educação e a Faculdade de Apucarana,” reitera Marli Fernandes, diretora-presidente da Autarquia Municipal de Educação (AME).

Elisângela Gaspar, coordenadora do Departamento Municipal de Saúde Mental, afirma que pandemia gerou experiências traumáticas associadas à infecção, perda de familiares, alterações nas rotinas de convívio social e de trabalho, bem como impactos econômicos. “Quando a gente se isola, fica em casa e tem medo de uma doença desconhecida, alguns sofrimentos que a pessoa já tinha acabam se intensificando. No pós-pandemia, o número de atendimentos continuou crescendo, pois existem ainda os reflexos e as pessoas passaram a se preocupar mais com a saúde mental por tudo o que aconteceu”, avalia Elisângela.

CUIDADOS PERMAMENTES – Buscando fazer o enfrentamento adequado das conseqüências da pandemia, o Município criou em 2021 o Comitê Intersetorial  de Saúde Mental, formado pelas secretarias da Mulher e Assuntos da Família, Assistência Social, Educação, Esporte e Promatur. “As pessoas precisam entender a importância do cuidado com a saúde mental e procurar auxílio profissional assim que perceberem qualquer abalo emocional. Assim como acontece com um órgão do nosso corpo, a mente também pode adoecer, e o tratamento e a continuidade do acompanhamento são muito importantes”, avalia Denise Canesin, coordenador do comitê, acrescentando que o comitê foi formado para facilitar os encaminhamentos das pessoas para atividades complementares que possam contribuir com o tratamento.

De acordo com Denise, o janeiro branco é um movimento que busca construir uma cultura de saúde mental na sociedade. “O tema deste ano foi A Vida Pede Equilíbrio e em Apucarana foram feitas diversas atividades ao longo do mês. O objetivo é conscientizar que a saúde mental exige um cuidado a longo prazo e precisa de continuidade”, reforça a coordenadora do Comitê Intersetorial  de Saúde Mental.

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