Desde a semana passada, uma equipe da Secretaria Municipal de Serviços Públicos está percorrendo rios e córregos para fazer o controle de borrachudos. A cada 300 ou 500 metros, os funcionários lançam uma dose de larvicida biológico, de modo a abranger toda a largura do rio. Como há muito tempo não ocorre uma ação deste gênero, muitos proprietários rurais vinham reclamando da infestação do inseto.
De acordo com Garcia Baganha, coordenador da ação, o trabalho já foi feito nos rios Pessegueiro, Barra Nova e Biguaçu, além de parques e áreas de preservação ambiental como a Colônia Mineira, Jaboti e Santo Expedito. “Como o nível dos rios está baixo, estamos fazendo a maior parte do trabalho seguindo o curso d´água. A cada 300 ou 500 metros percorridos, dependendo do volume de água do rio, aplicamos cerca de 200 ml do larvicida”, explica Baganha.
O produto aplicado (Teknar) é um larvicida biológico que realiza o controle integrado de mosquitos e borrachudos, impedindo que os insetos atinjam a fase adulta. “É um produto seguro, não tóxico, que não afeta os seres humanos e nem outras formas de vida como peixes e plantas”, frisa.
Para que o larvicidida tenha pleno efeito, conforme Baganha, são necessárias três aplicações intercaladas em períodos de 15 dias. “Visando fazer um controle efetivo, contamos com o apoio dos produtores rurais. O prefeito Beto Preto já autorizou e nos próximos dias vamos desenvolver um trabalho em parceria. O Município repassará o larvicida e os produtores se responsabilizam em aplicar o produto nas imediações das suas propriedades”, esclarece.
Ao contrário do mosquito da dengue, o borrachudo não gosta de água parada e, quanto mais sujeira tiver às margens dos cursos d’água, melhor para a proliferação. As larvas se alimentam de matéria orgânica, por isso lixo e dejetos de animais são criadouros do borrachudo.
A fêmea deposita os ovos em folhas e galhos submersos em água corrente dos riachos. Os ovos viram larvas e depois de 25 dias o adulto sai de dentro da água. A incômoda picada se explica pelo fato de que quando a fêmea é fertilizada procura um mamífero para picar, porque o desenvolvimento dos ovos que ela carrega depende da proteína do sangue, que pode ser o de um ser humano.