Em audiência mantida na terça-feira (19), em Brasília, no Ministério do desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), comitiva de Apucarana protocolou documento que prevê salvaguardas para o polo de empresas do segmento de boné. As medidas são consideradas indispensáveis para a manutenção de 531 empresas formalizadas e aproximadamente 18 mil empregos.

O documento foi entregue ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, pelo prefeito Beto Preto; deputado federal e presidente em exercício da Câmara Federal, André Vargas; secretário municipal de Indústria e Comércio, Laércio Beani da Costa; e pela presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Apucarana e do Vale do Ivaí (Sivale), Maria Abgail Beira Fortuna.

As reivindicações também são avalizadas por outras entidades que estavam representadas pela presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Vestuário de Apucarana, Maria Leonora Batista; por Adele Garcia Junior, da Associação Nacional das Indústrias de Bonés e Brindes (ANIBB); e pela Cobatex, grupo de empresas apucaranenses representado pelos empresários Emerson Dalossi, Rosana Dalossi, Anderson Dourado e Rosimeire Demarques Dourado. Também integraram a comitiva José Henrique Martins, do Sebrae; e o empresário do setor têxtil, Felipe Alexandre Felipe Neto. O documento é subscrito ainda pela Acia, APL, Abrafab´q, Assibra e Fiep.

PROTEÇÃO – O documento do Sivale oficializa pedido de incentivo ao polo boneleiro de Apucarana, no sentido de garantir competitividade de mercado em relação aos grandes eventos esportivos que o Brasil irá sediar (Olimpíadas e Copa do Mundo).

Os empresários apucaranenses reivindicam revisão dos parâmetros aplicados sobre o Licenciamento de Improtação (L.I.). “Queremos o aumento do valor (kilo) do NCM de US$ 12 para US$ 60, equilibrando a concorrência com as empresas nacionais”, explica Maria Abgail.

O Sivale pede a equiparação da alíquota de importação do boné com a alíquota da indústria do vestuário, de 20% para 35%. “Solicitamos a mudança do imposto da importação em todo o Mercosul e alteração temporária da LETEC (Lista de Alterações à Tarifa Externa Comum)”, relata a dirigente do Sivale.

Outro pleito das empresas de Apucarana é a aplicação da licença de importação, caso o boné também for importado em partes, ou seja, pré-fabricado. E, por último, o polo boneleiro pede apoio de benefícios fiscais e tributários , ou seja, redução da carga tributária sobre o boné.

O prefeito Beto Preto reiterou o pedido de apoio ao setor junto ao ministro Fernando Pimentel. “Precisamos de ajuda urgente, para manter a competitividade e os nossos postos de trabalho”, frisou Beto Preto.

PRODUÇÃO – Pimentel fez questionamentos sobre o maior polo de bonés do Brasil, responsável por mais de 50% da produção. Ele foi informado que atualmente são comercializados cerca de 11 milhões de bonés por mês no País e que Apucarana é responsável por metade disso. Caicó, no Rio Grande do Norte fica com uma fatia de 10% e o restante é de produtos que estão chegando da China.

Charles Capella de Abreu, assessor especial do ministro Pimentel, fez uma reunião de mais de duas horas com a comitiva de Apucarana e se inteirou de todas as informações. “Precisamos de salvaguardas emergenciais até para a sobrevivência do setor, pois a concorrência com os chineses é desleal”, argumentou o secretário Laércio Beani da Costa.

O assessor do MDIC demonstrou interesse na solução do problema dos empresários e trabalhadores de Apucarana. Ele anunciou ao prefeito Beto Preto que, de forma rápida, será aberta uma investigação. “Com a confirmação do quadro apresentado pelos empresários apucaranenses, com certeza serão adotados procedimentos para controle de importações”, adiantou Charles Capella.

Para a empresária e presidente do Sivale, a reunião no Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior foi muito produtiva. “Tivemos uma atenção especial e confiamos que o governo irá adotar as medidas cabíveis para proteger as fábricas do segmento de bonés”, avaliou Maria Abgail fortuna.

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