O auto-conhecimento, o cumprimento de uma promessa ou a busca de uma cura são os fatores que, na maioria das vezes, levam os peregrinos ao Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha. Por isso, os participantes percorrem a rota de cerca de 800 quilômetros, 3º maior destino de peregrinação do mundo, suportando o cansaço e as dores. “Apesar de existir o suporte de saúde, as pessoas não costumam buscar ajuda médica, pois o sacrifício é um tema do caminho”, afirma Vanessa Yamamoto, da Oficina Espanhola de Turismo, localizada em São Paulo. A analista de mercado palestrou nesta quarta-feira (5 de junho), no último dia do X Congresso Internacional de Turismo Religioso Sustentável, realizado no Cine Teatro Fênix, em Apucarana.

De acordo com ela, o percurso pode ser feito a pé, de bicicleta, a cavalo ou de trem (modalidade está na fase inicial de implantação). A credencial do peregrino, documento que cada participante recebe, é carimbada nos albergues, onde são feitas as paradas para descanso. “Conquista a compostelana, que é uma demonstração de que a pessoa foi com intuito espiritual, quem comprovar que percorreu, pelo menos, 100 quilômetros a pé ou a cavalo e 200 quilômetros de bicicleta”, destaca. Para frisar o sentido de superação, a representante da Oficina Espanhola de Turismo afirma que há o registro de vários cadeirantes que fazem o caminho.

O peregrino pode escolher entre várias rotas, como os caminhos do Norte, da Prata, Primitivo, Inglês, Português e Francês. “O Caminho Francês é o mais longo, com 760 quilômetros, e também o mais conhecido e procurado”, afirma Vanessa, sublinhando que, independentemente da opção escolhida, a maior motivação é a busca de um sentido para a vida. “Durante o percurso, que a pé dura em torno de 30 dias, as pessoas costumam meditar e rezar. Outro aspecto bastante forte é a solidariedade que existe entre os participantes, um ajudando ao outro na superação da dor e dos limites físicos”, observa, lembrando que também existem aquelas pessoas que procuram Santiago de Compostela para fazer o “turismo normal”, apenas como uma rota contemplativa e de conhecimento.

O Brasil foi em 2012 o 13º país emissor de peregrinos para o Caminho de Santiago de Compostela. “O Brasil fica em 4º se forem excluídos os países europeus que, por uma questão geográfica, tem maiores facilidades de chegar à Espanha, perdendo apenas para Estados Unidos, Canadá e Coréia”, informa a analista de mercado. Um nicho que está crescendo é a opção de fazer o percurso de bicicleta, mais rápido e que leva em torno de 15 dias para ser vencido. “Sobre a modalidade trem, que é uma rota de luxo e dura seis dias, ainda não dispomos de muitas informações, mas acreditamos que deverá crescer a partir do ano que vem”, projeta. A representante da Oficina Espanhola de Turismo afirma, entretanto, que o turismo religioso naquele país não se resume apenas ao Caminho de Santiago de Compostela. “Há igrejas, com belas arquiteturas, e festas populares que são tradicionais em pequenas cidades ”, disse, após apresentar um vídeo com outros atrativos turísticos religiosos existentes na Espanha.

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