O Parque das Aves de Apucarana está fechado desde agosto de 2016 por determinação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O Ibama alega que o local não tem a estrutura necessária para estar em funcionamento. O problema é que o parque é o destino de muitas aves apreendidas pelo próprio órgão federal.
O Ibama proibiu a visitação depois de multar a Prefeitura de Apucarana, que é responsável pela área. O Parque das Aves não tem licença ambiental e nem autorização para manejo de fauna silvestre em cativeiro. Para ser reaberto terá que se tornar um zoológico. Devem ser feitas, entre outras coisas, ampliações nos viveiros, recuo nos corrimões e um ambulatório. Uma reforma orçada em R$ 280 mil, e que o prefeito Beto Preto diz ser inviável, porque o município não tem dinheiro para isso, muito menos para passar a arcar com um custo mensal de R$ 70 mil.
O prefeito Beto Preto lamenta o fechamento do Parque das Aves, que até a data do embargo e mesmo até hoje continua sendo requisitado por autoridades ambientais, inclusive o próprio Ibama e a Polícia Ambiental (Força Verde), para servir de refúgio para aves e animais apreendidos. “São dois pesos e duas medidas. Ao mesmo tempo em que somos requisitados como abrigo de animais, somos considerados inadequados para mantê-los neste local”, indaga Beto Preto.
O prefeito destaca as melhorais estruturais realizadas e os cuidados com os animas durante os últimos quatro anos. “Temos uma bióloga e um veterinário que prestam atendimento permanente no parque, além de servidores municipais. Os animais recebem alimentação balanceada e muitos deles necessitam de cuidados diários até mesmo para se alimentar. O que há de errado com este serviço? No entanto, sabemos que a legislação mudou e não temos como nos adequar a ela por falta de recursos e isso é lamentável”, pondera Beto Preto.  
O prefeito ainda faz ainda uma importante observação. “Nunca houve na história do Parque das Aves, fundado há 12 anos, a necessidade de licença ambiental e agora, de uma hora para outra, surgiu essa exigência. Foram ainda solicitadas adequações que, além o custo estrutural da ordem de quase R$ 300 mil, elevaria o custo mensal da manutenção dos atuais R$ 25 mil para R$ 70 mil. A prefeitura não tem recurso do caixa livre para este investimento, já que é o município que arca com tudo custo do Parque das Aves”, diz Beto Preto.
A prefeitura de Apucarana, conforme informou o prefeito, irá encaminhar um ofício ao Ibama para que seja informado para onde estão sendo encaminhados os animais retirados do parque. “Queremos saber se estão indo para um local público em condições de recebê-los com segurança”, afirma Beto Preto.
O Parque das Aves tem, atualmente, 130 animais, de 30 espécies diferentes. A maioria está no viveiro porque foi apreendida pela Polícia Ambiental ou por outros órgãos, como o próprio Ibama. São bichos que foram maltratados pelos antigos donos, como é o caso de uma coruja orelhuda que teve uma asa amputada.
Apesar do tratamento recebido, a maior parte dos animais do Parque das Aves não tem condições de voltar para natureza. “A maioria deles já não sabe onde buscar o alimento, então teria que ser feito um trabalho muito grande para esses animais serem reinseridos na natureza”, diz Ângela Eckardt, biológa do parque.
O Ibama já iniciou a retirada dos animais, começando principalmente pelos mais valiosos como as araras e tucanos. “Nós não vamos conseguir transferir todas as aves de um dia para outro. Estamos fazendo as transferências por grupos, tipos de animais. Obviamente que a quantidade de criadouros na região é pequena, e precisamos de mais tempo para fazer toda essa transferência”, diz o chefe do escritório do Ibama da regiões norte e noroeste do Paraná, Antônio Ernandes.
Na região de Londrina há dois ou três criadouros aptos e que seguem a legislação do Ibama que podem receber as aves. Como a quantidade de espaços habilitados é insuficiente, o Ibama deve transferir os animais para outras regiões do estado, como a Região Metropolitana de Curitiba.
 

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