Cerca de 50% do lixo é orgânico e poderia ser destinado corretamente pelos próprios geradores, através da compostagem doméstica. A iniciativa já é desenvolvida pela Prefeitura de São Paulo e a experiência foi apresentada nesta quinta-feira (02/02), na Prefeitura de Apucarana e no auditório da Acia, pelo idealizador do projeto. Trata-se de Cláudio Spínola, diretor do Instituto Morada da Floresta, que há vários anos oferece soluções ambientais nesta área e foi convidado para executar o projeto na capital paulistana.
No gabinete do prefeito Beto Preto, participaram do evento o presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Apucarana (Acia), Junior Serea, o vice-prefeito Sebastião Ferreira Martins Junior, o vereador Gentil Pereira, e o secretário municipal de Obras, Herivelto Moreno, além de representantes das secretarias municipais de Meio Ambiente e de Agricultura e de entidades como o Conselho Municipal de Meio Ambiente.
Serea diz que é adepto da compostagem há cerca de seis meses e resolveu trazer a experiência de São Paulo para ser conhecida por entidades e órgãos públicos. “A família toda, especialmente as crianças, acabam se envolvendo. Conheci o projeto através do “Composta São Paulo”, que acabou culminando com a vinda do Cláudio Spínola. Além da questão ambiental, o projeto também traz resultados econômicos para o Município, que investe grande soma de recursos na destinação do lixo”, pontua Serea.
Em 2014, duas mil composteiras domésticas foram distribuídas em São Paulo. “Foram selecionados domicílios de diversos perfis. Além de fazer parte de uma comunidade online de troca de conhecimento e experiências, os participantes geraram informações e aprendizados com o objetivo de impulsionar e fomentar a elaboração de uma política pública que estimule a prática da compostagem”, explica Spínola.
A composteira é um sistema de caixas onde são colocados os restos de alimentos produzidos na residência, junto com materiais vegetais secos. “Através do trabalho de minhocas, o material orgânico é transformado em adubo. A composteira doméstica é um sistema seguro que, usado corretamente, não gera odor nem atrai animais nocivos à nossa saúde”, salienta.
Conforme relatou Junior da Femac, Apucarana produz mensalmente 2.200 toneladas de lixo (orgânico, rejeitos e reciclável). “O Município paga para a empresa que coleta, faz o transporte e a destinação R$ 140 por tonelada, o que no mês soma um custo de mais de R$ 300 mil. Como metade do lixo coletado é orgânico, isso já justificaria a implantação do projeto”, frisa.
O prefeito Beto Preto faz uma avaliação positiva do projeto e anunciou que a Prefeitura vai discutir o assunto, especialmente em setores como de Educação, Agricultura e Meio Ambiente. “Temos o Programa Terra Forte que necessita de adubo orgânico para o desenvolvimento das plantas frutíferas e, nas escolas, acredito que é possível implantar uma atividade de educação ambiental, paralela ao projeto Sementes do Amanhã, onde crianças e professores mantém hortas”, comenta o prefeito, citando ainda o estímulo a grandes geradores de lixo orgânico, como restaurantes e supermercados.