Em atividade há 36 anos, o Complexo Esportivo José Antônio Basso (Lagoão) é o principal palco da cena poliesportiva apucaranense, mas quase nenhuma conservação recebeu nos últimos anos. Como resultado do pouco zelo da administração municipal, sobretudo na última década, a praça apresenta atualmente uma série de problemas infraestruturais que comprometem não só a prática esportiva e outras atividades comuns ao espaço desenvolvidas pela Secretaria Municipal de Esportes, mas sobretudo a segurança dos servidores municipais, atletas e demais frequentadores. Nesta semana, o novo prefeito de Apucarana, Beto Preto (PT), vistoriou pessoalmente as instalações, solicitou a vistoria por parte do Corpo de Bombeiros, e determinou a elaboração de um relatório minucioso da real situação do complexo esportivo.
“Sabíamos que havia problemas, até por conta de notícias já divulgadas pela imprensa local, dando conta de infiltrações e goteiras no teto do ginásio de esportes”, lembrou o prefeito. Porém, segundo ele, a situação é bem pior do que imaginava. “No setor que abriga a Secretaria de Esportes existem rachaduras, umidade excessiva nas paredes e até vazamentos de água que empoçam nas salas, além de fiação elétrica exposta em vários pontos”, relatou Beto Preto. Até mesmo o setor da “nova piscina”, cujas obras de revitalização, aquecimento e cobertura, foram entregues a menos de um mês pela gestão anterior, apresentam uma série de problemas. A área da pista de atletismo estava em completo abandono, inviabilizando o uso por atletas e por pessoas que faziam caminhadas no local. “Por isso já iniciamos um mutirão de limpeza em toda a área externa do complexo esportivo. O serviço inclui a poda de grama e de árvores”, destacou Beto.
Interdição do Lagoão não está descartada
A partir das vistorias realizadas pela Secretaria de Obras e Serviços Urbanos, Instituto de Desenvolvimento, Pesquisa e Planejamento de Apucarana (Idepplan) e Corpo de Bombeiros, o prefeito Beto Preto vai avaliar as medidas a serem tomadas e, a interdição do local, solicitada pelos Bombeiros, não está afastada.
Segundo o diretor-superintendente do Idepplan e secretário de Obras e Serviços Urbanos, vice-prefeito Sebastião Ferreira Martins Júnior (Júnior da Femac), o complexo apresenta sérios problemas nas instalações hidráulicas e elétricas. “Os banheiros também estão em situação bastante precária, não suportando a realização de eventos com grandes públicos. As calhas e rufos também apresentam uma série de problemas, não estão bem vedadas, o que ocasiona goteiras e infiltrações, sem contar com a sujeira, encontrada em praticamente toda a extensão do complexo”, enumera Júnior. Em curto prazo, os problemas com a cobertura devem ser resolvidos com a licitação das obras com recursos na ordem de R$600 mil conquistados pelo Deputado André Vargas (PT) junto à emenda no Orçamento da União através do Ministério do Esporte. “Ainda vamos analisar todos os tópicos vistoriados e decidir. Não sabemos se vamos optar pela interdição ou fechar temporariamente o complexo para reformas”, informa.
O superintendente de Obras, Herivelto Moreno, frisa que em seu relatório, o Corpo de Bombeiros concluiu que o local é inseguro e indicou uma série de pendências no que tange a prevenção de incêndio e também de segurança, sem contar com a questão da acessibilidade. “Hoje o local não possui um projeto de prevenção contra incêndios. No ginásio também não há uma porta contrária à entrada, que serviria como saída de emergência em caso de necessidade. Em resumo, para que o local apresente condições de receber grandes eventos esportivos, shows, ou outras atrações com grande público, todos estes projetos deverão ser viabilizados, juntamente com toda a reforma da questão elétrica e hidráulica”, comunica.
“Nova piscina” também apresenta problemas
O prefeito Beto Preto também já tem em mãos um relatório feito pela Secretaria de Obras e Serviços Urbanos relacionando os problemas e desconformidades na obra de revitalização, aquecimento e cobertura da piscina do complexo esportivo. Inaugurada há menos de um mês pela administração anterior, a obra – que custou R$688.825,61 – na verdade não foi bem finalizada pela empreiteira. “A começar pelas calhas, que não foram vedadas/soldadas, com isto todo o perímetro do prédio apresenta goteiras. O telhado também apresenta vazamentos. Na marquise de entrada já há indícios de infiltrações devido a vazamentos oriundos das bordas e lajes”, relata Júnior da Femac.
A obra também apresenta várias falhas de execução do piso e pintura, colocação de rodapés, corrimãos, fixação dos arcos/tesouras da cobertura. A obra foi entregue mas não teve o seu perímetro limpo e o pátio externo há o acúmulo de sobras de madeira da construção”, frisa o secretário. Outro grave problema é com a bomba que leva a água para a piscina, que está exposta, trazendo grande risco aos usuários. O relatório recomenda que a empresa executora – Construtora Casarin Ltda. – seja notificada para que efetue os reparos imediatamente.