A Secretaria da Mulher e Assuntos da Família (SEMAF) e o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM) participaram recentemente, no Núcleo Regional de Educação (NRE), da oficina de trabalho multidisciplinar, abordando a temática da “Igualdade Racial”.

O evento marcou o início da programação da Campanha “16 Dias de Ativismo de Combate à Violência Contra Mulher”, desenvolvida pela SEMAF. As atividades seguem até 10 de dezembro, quando é celebrado o Dia Internacional dos Direitos Humanos.

A atividade no NRE teve início com uma palestra da assistente social e doutora em ciências sociais na área de políticas e práticas sociais, Adevanir Aparecida Pinheiro. Na sequência, aconteceu a oficina de Abayomi, promovida pela SEMAF e CMDM, sob a coordenação das conselheiras Izabel, Jandira e Clotilde. A oficina de “abayomis” consistiu na confecção de bonecas negras feitas com retalhos de pano.

A palavra “abayomi” tem origem na língua ioruba e significa aquilo que traz felicidade ou alegria. “Abayomi” ainda quer dizer encontro precioso: abay=encontro e omi=precioso. Para acalentar seus filhos durante as terríveis viagens a bordo dos tumbeiros – navio de pequeno portequerealizava o transporte de escravos entre África e Brasil, as mães africanas rasgavam retalhos de suas saias e a partir deles criavam pequenas bonecas, feitas de tranças ou nós.

As bonecas, símbolo de resistência, ficaram conhecidas como abayomi, termoque significa ‘encontro precioso’, em iorubá, uma das maiores etnias do continente africano cuja população habita parte da Nigéria, Benin, Togo e Costa do Marfim. Sem costura alguma (apenas nós ou tranças), as bonecas não possuem demarcação de olho, nariz nem boca, isso para favorecer o reconhecimento das múltiplas etnias africanas.

A abayomi foi trabalhada nesta oficina por também representar o símbolo de resistência, tradição e poder feminino. A SEMAF, inspirada pela tradição dessa história, buscou iniciar as mobilizações da Campanha 16 Dias de Ativismo de Combate à Violência Contra Mulher levando a atividade piloto para multiplicadores (professores da rede estadual de ensino e representantes de movimentos negros), que tiveram a oportunidade de aprender o significado, a história e a confecção das bonecas para reproduzirem em sala de aula e nas suas comunidades.

Segundo a secretária da Mulher e Assuntos da Família, Denise Machado, o objetivo é levar a oficina e a temática de enfrentamento da violência contra a mulher para as salas de aula a partir desta semana.

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