Reunidos na noite de ontem, no Cine Teatro Fênix, representantes de associações de profissionais, clubes de serviço, lojas maçônicas, sindicatos patronais e de trabalhadores do comércio e da indústria, instituições superiores e entidades sociais discutiram a proposta do novo modelo de rodovias pedagiadas do Paraná.
Com posicionamento unânime, lideranças apucaranenses defenderam as obras do interesse do Município que já constam do projeto, incluindo a execução do Contorno Leste e a duplicação do Contorno Norte. E, ao mesmo tempo, se manifestaram contrárias à implantação de uma nova praça de pedágio na BR-376, em Califórnia.
Cerca de 100 pessoas de 62 segmentos organizados da sociedade local, atenderam convite para participar do evento proposto pelo prefeito Junior da Femac. Na reunião, foram obedecidos todos os protocolos preventivos em relação à pandemia, com uso de máscara, higienização das mãos e espaçamento entre os participantes.
O tom de avaliação das lideranças foi bastante crítico em relação ao “anel de integração” criado há 25 anos e que penalizou demais os cidadãos e a economia paranaense, em função do alto custo das tarifas fixadas nas praças de pedágio. Também foram lembradas as obras que constavam dos contratos e que deixaram de ser realizadas, por conta de acordos irregulares firmados entre concessionárias e ex-governantes.
A discussão antecedeu as audiências públicas que estão programadas para os dias 24 e 25, em Apucarana, promovidas pelo Ministério da Infraestrutura e Logística e a Secretaria de Estado da Infraestrutura e Logística. No dia seguinte (26/02), Apucarana também irá sediar no Auditório Gralha Azul, no Campus da Unespar/Fecea, audiência pública promovida pela Frente Parlamentar do Pedágio, integrada por dezenas de deputados da Assembléia Legislativa do Paraná.
O evento contou com a participação do gerente de assuntos estratégicos da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), João Arthur Mohr, por web conferência. O consultor da FIEP foi o coordenador geral do estudo das obras elencadas na nova concessão de rodovias pedagiadas do Paraná, que deve vigorar a partir de 2022. O estudo foi recebido pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), e está agora está sendo submetido à apreciação dos paranaenses em audiências públicas.
No projeto apresentado por João Arthur Mohr, Apucarana está contemplada na nova concessão com importantes obras do Lote 03. A execução do Contorno Leste da cidade e a duplicação da PR-170 (Contorno Norte). Também está prevista a duplicação dos 56 quilômetros da BR-376 – que ficaram para trás – na ligação entre Apucarana-Ponta Grossa.
Em sua explanação sobre a nova proposta de rodovias pedagiadas no Paraná, o consultor da FIEP, discorreu sobre todas as obras previstas e também as novas praças de pedágio, para o período de 30 anos do novo contrato de concessão, com investimentos estimados de R$ 42 bilhões. De acordo com ele, o preço da tarifa nas praças de pedágio do norte do Estado, que hoje estão na faixa de R$ 11,70, devem cair para 7,69 e, no leilão chegar a até em R$ 6,00 no início da concessão.
“Nesta proposta, a FIEP se colocou a favor de tarifas justas, com rodovias totalmente duplicadas, segurança, assistência permanente aos usuários e manutenção constante, além de muita transparência em todo o processo”, assinalou João Arthur Mohr. Ele ressaltou que poucas cidades do Brasil irão dispor de um anel completo de contornos duplicados como o que está projetado para Apucarana. “Nem Curitiba, nem Londrina ou Maringá terão essa estrutura viária antes de Apucarana, que sedia o maior entroncamento rodoviário do Norte do Paraná”, frisou o consultor.
Após a apresentação do projeto, lideranças apucaranenses manifestaram suas opiniões e fizeram diversos questionamentos ao consultor da FIEP. Ficou evidenciada a posição unânime dos apucaranenses, contrária à criação de uma nova praça de pedágio entre Apucarana e Califórnia. Praticamente todos concordam que um novo pedágio iria gerar dificuldades para estudantes universitários, trabalhadores e consumidores em geral, de cidades vizinhas que estudam, trabalham, compram e buscam serviços em Apucarana.
Outros participantes lembraram que a cidade pólo recebe milhares de pessoas do Vale do Ivaí, que buscam atendimento médico, exames e cirurgias em Apucarana, que sedia o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Ivaí e Região (Cisvir). O debate teve intervenções do presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Apucarana (Acia), Jayme Leonel; do vereador Rodrigo Lievore; do engenheiro Herivelto Moreno (CREA); Wanderlei Faganello (Caramuru/Samisca); e Claudomiro Rodrigues (Lojas Maçônicas/Sindicato Rural Patronal).
O prefeito Junior da Femac fez uma avaliação muito positiva das discussões, frisando que a reunião foi de preparação das lideranças locais para participarem efetivamente das audiências públicas. “Conclamo todos os presentes a acessarem o link e efetivarem sua participação nas audiências dos dias 24 e 25. Apucarana já se posicionou a favor das obras do contorno leste e duplicação do contorno norte, além de ser totalmente contrária à criação de pedágio em Califórnia”, afirmou Junior da Femac, frisando que todos devem estar firmes na luta por Apucarana e região nesta questão.