Duas palestras na área de psiquiatria e psicologia fecharam nesta quarta-feira (08/04), no Cine Teatro Fênix, as atividades da 1ª Semana Municipal de Conscientização do Autismo. O encontro reuniu cerca de 150 profissionais dos setores da saúde, educação e sócio-assistencial que atuam junto a esse público específico. A semana, que ocorreu no período de 2 a 8 de abril, é uma realização da Autarquia Municipal de Saúde (AMS), através do Departamento de Saúde Mental, em parceria com a Autarquia Municipal de Educação (AME).

As palestras foram ministradas pela psiquiatra Amanda Minicowski e pela psicóloga Dayene Gatto Altoé, que atuam no Centro de Atendimento Psicossocial Infantil (CAPSi). “Estiveram presentes profissionais de várias áreas como professores, enfermeiras, agentes de saúde, técnicos de enfermagem, assistentes sociais, psicólogos e psiquiatras”, cita Lilian Ferreira Domingues, coordenadora do Departamento de Saúde Mental.

Com o objetivo de multiplicar a informação recebida, os participantes receberam um CD contendo os protocolos com as diretrizes do Ministério da Saúde, os principais cuidados no atendimento e orientações para fazer a identificação precoce do autismo. O evento contou ainda com uma exposição, no hall de entrada do Cine Teatro Fênix, de cartazes confeccionados por alunos da rede municipal de ensino. “A atividade foi desenvolvida em sala de aula na quinta-feira passada, Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Os estudantes foram incentivados a desenvolver o tema, sendo sensibilizados, conscientizados e recebendo informações”, afirma Lilian.

A programação da 1ª Semana Municipal de Conscientização do Autismo também buscou chamar a atenção da população para a causa do autismo. “Por isso, fizemos uma movimentação na Praça Rui Barbosa, soltando bexigas junto com a iluminação na cor azul da Catedral Nossa Senhora de Lourdes. Também houve uma mobilização junto ao comércio e vários estabelecimentos foram decorados com a cor símbolo do autismo neste período”, lembra Lilian.

A organização Mundial da Saúde estima que existam 70 milhões de pessoas com autismo no mundo, sendo 2 milhões no Brasil. Em Apucarana, um levantamento feito na rede de saúde e de educação, incluindo os atendidos pela APAE, apontou que existem 80 autistas. “Mas acreditamos que há subnotificação, pois a Organização Mundial da Saúde estima que em cada grupo de mil pessoas existe entre um e dois casos. Com base neste parâmetro, Apucarana poderia ter de 130 a 260 autistas”, estima Roberto Kaneta, diretor-presidente da Autarquia Municipal de Saúde.

O autismo é um grupo de desordens, consideradas complexas, caracterizada pela dificuldade de comunicação social e comportamentos restritos e repetitivos. O autismo não tem cura, mas há tratamento que envolve uma equipe multiprofissional. Em Apucarana, a Apae e a rede municipal de ensino oferecem atendimento especializado e, na área da saúde, a principal referência é o Centro de Atenção Psicossocial Infantil (CAPSi).

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