Até julho de 2013, crianças da região que precisavam passar por cirurgias eletivas precisavam se deslocar até Curitiba para ter acesso ao procedimento. Isso porque o Consórcio Intermunicipal de Saúde de Apucarana e do Vale do Ivaí (Cisvir) não possuía um médico especialista nesta área. Com a contratação de um profissional e a realização de um mutirão de cirurgias no Hospital Materno Infantil, de Apucarana, já foram realizados 120 procedimentos, zerando a demanda represada nesta área.
O prefeito de Apucarana e presidente do Cisvir, Beto Preto, explica que foi celebrado um contrato com a Clínica Parreira e Gois Prestação de Serviços Médicos e aberto um ambulatório no Cisvir para a realização de consultas. “Também conseguimos viabilizar, junto ao Governo Federal, recursos para a realização do Mutirão de Cirurgias Eletivas, que contemplaram também as cirurgias pediátricas. Com isso, reduzimos o tempo de espera e agilizamos ainda mais os procedimentos”, salienta.
Beto Preto destaca ainda a formação e a experiência profissional do médico contratado pelo Cisvir. “São mais de 13 anos de atuação, período em que também se dedicou aos estudos, buscando sempre o aprimoramento profissional. O Ricardo Parreira fez graduação na Faculdade de Medicina de Catanduva-SP, especialização em cirurgia geral pela PUC de São Paulo e cirurgia pediátrica pela Universidade Estadual de Londrina, onde também fez mestrado”, revela o médico Beto Preto.
Ricardo Parreira, responsável pelas consultas e cirurgias no Cisvir, afirma que muitas crianças aguardavam uma média de dois anos na fila de espera. “O que nós verificamos é que muitas mães acabavam desistindo de levar seus filhos a Curitiba, pois eram necessárias três viagens: uma para a consulta, outra para a cirurgia e mais uma para a consulta de retorno. E com isso, houve um represamento”, esclarece.
Conforme Parreira, quase metade das consultas realizadas vêm com indicação cirúrgica. “De julho de 2013 até agora fizemos 392 consultas, das quais 150 com cirurgias indicadas. Fizemos já 120 e as que faltam aguardam apenas trâmites burocráticos, como as AIHs (Autorização de Internação Hospitalar)”, relata. De acordo com o médico, as principais cirurgias realizadas são de hérnia inguinal, hérnia umbilical e fimose. “No caso da hérnia inguinal a cirurgia deve ser feita logo no momento do diagnóstico, pois pode ter complicações, como o encarceramento”, alerta.
Parreira afirma ainda que o Mutirão de Cirurgias Eletivas contribuiu para zerar a fila de espera. “Com o mutirão, foram disponibilizadas duas salas e equipe do centro cirúrgico no Hospital Materno Infantil. Ambas funcionam paralelamente e enquanto numa sala é feita a cirurgia na outra são realizados os procedimentos da anestesia. Antes fazíamos de duas a três cirurgias por manhã e, com o mutirão, aumentamos para cinco”, compara, informando que as cirurgias são feitas em dois dias da semana (terças e quintas-feiras), sempre no período da manhã.
A maioria dos pacientes – em torno de 70% – é de Apucarana e o restante dos demais municípios abrangidos pelo Cisvir. As crianças atendidas com cirurgias eletivas pediátricas têm entre 2 meses e 12 anos, sendo realizadas em casos que não se revestem das características de urgência e emergência. “Nas situações de risco, há o encaminhamento para um centro maior, com a solicitação de leito e especialista”, observa Parreira.
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Mães exaltam agilidade no atendimento
A apucaranense Rosilene Luzia da Silva, residente no distrito do Pirapó, acaba de vivenciar essa nova realidade na saúde pública de Apucarana. O seu filho, Brian Tavares da Silva, de 6 anos, esperou apenas um mês para fazer a cirurgia da fimose. “Fizemos a consulta em abril e ele foi operado no dia 29 de maio. Felizmente não tive que passar o mesmo que minha irmã que esperou mais de ano para uma cirurgia, também da fimose, do meu sobrinho. A vinda deste especialista acabou com os transtornos e angústia da espera vivida anteriormente por muitos pais”, relata Rosilene, que nesta semana já acompanhou a consulta de retorno de Brian. “Ele está ótimo”, diz a mãe.
A história de Marla Janaina Silva de Carvalho e seu filho Kawan, de 3 anos, moradores no Jardim Esperança, representa um comparativo de como era a fila até a metade do ano passado e como está hoje a fila de espera para cirurgias eletivas pediátricas. “Meu filho tinha 8 meses quando o postinho de saúde fez o encaminhamento para o pediatra. Só consegui essa consulta um ano e seis meses depois, em novembro do ano passado. Em fevereiro ele foi operado da hérnia umbilical, hidrocele e postectomia, já com o doutor Ricardo”, relata.
No entanto, o pequeno Kawan necessita de mais uma cirurgia, denominada orquidopexia. “Foi tudo muito rápido. Na consulta de retorno da primeira operação o doutor já agendou a segunda, para apenas 15 dias depois. Por aí dá para perceber a grande melhora que teve no atendimento. A saúde de Apucarana está melhor, principalmente com médicos como esse. A gente bota muita fé nele. Ele está fazendo muito bem seu trabalho”, elogia Marla Janaína Carvalho.