O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Apucarana, em parceria com a Emater e Prefeitura, realiza nesta quinta-feira (08/11) a 3ª Feira de Sementes Crioula. O objetivo do evento é incentivar a produção orgânica, multiplicando o uso das sementes que são passadas de geração em geração. Além de palestras e concurso de culinária, a feira também contará com um momento para a troca das sementes crioulas entre os agricultores familiares.
O evento, que acontecerá na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, será aberto às 8 horas com um café da manhã. Na sequência haverá três palestras: crédito rural e agricultura familiar; merenda escolar 100% orgânica até 2030; e agroecologia.
Às 13 horas, haverá a troca de semente entre os agricultores familiares. “O objetivo é que as sementes crioulas não fiquem restritas a poucos produtores. São sementes relacionadas à economia familiar, como feijão, milho, abóbora e arroz. A troca também visa que elas sejam plantadas em solos diferentes, proporcionando a renovação natural da genética”, explica Laíde Lopes Suzuki, presidente do Sindicato dos trabalhadores Rurais.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais afirma que a semente crioula se contrapõe às convencionais ou transgênicas. De acordo com ela, as sementes geneticamente modificadas estão associadas a grandes extensões de terra, ao uso de agrotóxicos e com a alta produtividade.
Já as sementes crioulas estão relacionadas com a produção orgânica e são variedades desenvolvidas, adaptadas ou produzidas por agricultores familiares, assentados da reforma agrária, quilombolas ou indígenas. “Ao produzir a própria semente, o agricultor familiar garante autonomia e diminui os custos na propriedade”, analisa.
Uma das palestras previstas na feira abordará a implantação gradativa da merenda orgânica. Visando atender os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, estados e municípios estão propondo ações para garantir que 100% da merenda escolar seja de produtos orgânicos. O governo do Paraná, por exemplo, já desenvolveu um estudo para implantar a merenda orgânica, gradativamente, até o ano de 2030.
“Essa transição começa aos poucos e os agricultores familiares precisam ir se adaptando. Neste contexto entra também a semente crioula, que está associada à produção orgânica, não prejudica a saúde do homem e contribui com a preservação do meio ambiente”, frisa Laíde.