Representantes de órgãos públicos e entidades ligadas aos produtores rurais de Apucarana, Novo Itacolomi e Rio Bom participaram nesta terça-feira (17/10), no salão nobre da Prefeitura de Apucarana, de uma capacitação sobre as corretas técnicas de uso e manejo de agrotóxicos, equipamentos de proteção individual, tríplice lavagem e destinação das embalagens de agrotóxico. O treinamento é fruto de um acordo entre o Ministério Público do Paraná (MPPR) e o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg) – formado por 37 empresas do setor de defensivos agrícolas -, firmado após ações de fiscalização constatarem vários casos de uso incorreto de agrotóxicos na região de abrangência da Bacia Hidrográfica do Alto Ivaí, composta por 45 municípios.
Na agenda de Apucarana, a iniciativa contou com apoio das secretarias Municipais da Agricultura e a de Meio Ambiente. A abertura dos trabalhos contou com a presença do vice-prefeito de Apucarana, Júnior da Femac, da Promotora de Justiça da Comarca de Campo Mourão e coordenadora Regional da Bacia Hidrográfica do Alto Ivaí, Dra. Rosana Araújo de Sá Ribeiro, do representante do Sindiveg, Paulo Cardoso, do coordenador Estadual de Meio Ambiente da Emater, Edinei Bueno do Nascimento, além do secretário da Agricultura de Apucarana, José Luiz Porto e do diretor de Meio Ambiente de Apucarana, Sérgio Bobig. “A questão dos agrotóxicos é um tema que requer toda atenção, é um assunto do século, moderno. Conheço o trabalho grandioso encabeçado pela Dra. Rosana, por isso digo que Apucarana e região agradecem pelo privilégio de receberem este treinamento. Se não tem como ficar sem o agroquímico, tem o jeito certo de aplicá-lo”, pontuou o vice-prefeito Júnior da Femac.
Ele lembrou que o urbano e o rural interagem em tudo. “Na água, no ar, na questão do alimento. Não adianta a gente achar que se fizemos uma queimada na cidade, ou vice-versa, não irá prejudicar todos os lados. Assim, se o que é produzido no campo não vier legal (contaminado), enche o posto de saúde na cidade. Aí a fundamental importância de eventos de capacitação como estes. Certamente todos vão aprender um pouco mais”, disse Júnior.
Tendo em vista o risco de danos ambientais e à saúde dos agricultores e consumidores de produtos agrícolas, os treinamentos da iniciativa visam contribuir para que os agrotóxicos sejam utilizados corretamente e destinam-se especialmente aos produtores rurais, engenheiros e profissionais que realizam assistência técnica, embora sejam abertos a toda a comunidade. “Importante dizer que não estamos combatendo o uso e sim o mau uso, de forma inadequada ou excessiva”, disse Dra. Rosana, coordenadora Regional da Bacia do Alto Ivaí.
Segundo ela, os treinamentos estão sendo realizados em cidades pólos-regionais (Campo Mourão, Apucarana, Ivaiporã, Pitanga, Prudentópolis e Reserva). “Pensamos e atuamos em rede ambiental, traçando diagnóstico de acordo com o perfil de cada região e, a partir daí, trabalhando com projetos. Na questão do agrotóxico, está envolvida não só a questão do Meio Ambiente, mas também a da Saúde Pública, e através deste programa de treinamento pretendemos avançar no sentido de informar técnicos e outras lideranças municipais para que possam replicar os conhecimentos junto ao produtor rural”, explicou a coordenadora.
O secretário Municipal da Agricultura de Apucarana, José Luiz Porto, destacou que a prefeitura vem fazendo sua lição de casa. “Desde o ano de 2014 o assunto agrotóxico é pauta importante em Apucarana. A informação ao agricultor faz parte da nossa política, em especial entre os meses de maio e fevereiro, onde a cada 15 dias disparamos alertas aos produtores sobre o uso racional e sobre as técnicas adequadas de manipulação”, comunicou. Ele também lembrou que através do Programa Municipal Terra Forte, a administração tem incentivado a fruticultura. “Atualmente, temos milhares de mudas de 10 diferentes frutas introduzidas pelo projeto junto aos nossos agricultores familiares, e a conscientização do uso correto do agrotóxico se torna ainda mais fundamental”, concluiu Porto.
Dependendo da topografia da propriedade, da velocidade do vento, do tipo de bico de aplicação, o agrotóxico aplicado inadequadamente pode se expandir em até três quilômetros. Além da fruticultura, as hortaliças são outras culturas suscetíveis ao uso irracional de agrotóxicos. A fitotoxidade pode causar perda total, inclusive com necessidade de erradicação da planta de culturas perenes. “O produtor, quando for usar um agrotóxico, deve buscar sempre a orientação de um agrônomo ou técnico agrícola”, orienta o secretário.
Abrangência – Os municípios que fazem parte da Bacia Hidrográfica do Alto Ivaí são os seguintes: Apucarana, Arapuã, Araruna, Ariranha do Ivaí, Barbosa Ferraz, Boa Ventura de São Roque, Bom Sucesso, Borrazópolis, Califórnia, Cambira, Campo Mourão, Cândido de Abreu, Corumbataí do Sul, Cruzmaltina, Farol, Faxinal, Godoy Moreira, Grandes Rios, Iretama, Ivaiporã, Jandaia do Sul, Janiópolis, Jardim Alegre, Kaloré, Luiziana, Lunardelli, Lidianópolis, Manoel Ribas, Marilândia do Sul, Marumbi, Mato Rico, Mauá da Serra, Nova Tebas, Novo Itacolomi, Peabiru, Pitanga, Prudentópolis, Reserva, Rio Bom, Rio Branco do Ivaí, Roncador, Rosário do Ivaí, Santa Maria do Oeste, São João do Ivaí e São Pedro do Ivaí.

Publicações Recomendadas