Encerrando as atividades da Semana de Conscientização do Autismo, a Prefeitura de Apucarana e a Autarquia Municipal de Educação realizaram, na noite de ontem (7/4), no Cine Teatro Fênix, um momento de formação continuada sobre o tema para os diretores, coordenadores e professores dos 23 CMEIs e 35 Escolas que compõem a sua rede. O encontro também foi transmitido ao vivo pela internet, a fim de alcançar os demais servidores e pais de alunos. O vídeo continua disponível por meio do endereço: https://youtu.be/QRjI6d-EMlU
Durante a formação continuada, os participantes assistiram a depoimentos de alunos e de pais de alunos diagnosticados com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). “O nosso objetivo foi proporcionar aos profissionais da educação a oportunidade de refletirem sobre o autismo a partir do olhar daqueles que convivem com o transtorno. A verdadeira compreensão só é alcançada quando o indivíduo consegue se colocar no lugar do outro,” explicou a secretária Marli Fernandes.
Ela acrescentou que o número de crianças autistas matriculadas na rede municipal apucaranense vem crescendo nos últimos anos. “Nós atendíamos aproximadamente dez alunos autistas em 2014. Atualmente, eles são mais de uma centena. A qualidade da educação é o principal motivo que tem feito as famílias trazerem seus filhos para os nossos CMEIs e Escolas,” disse.
O prefeito Junior da Femac frisou que os alunos autistas recebem todo o apoio pedagógico de que necessitam na rede municipal de Apucarana. “A Autarquia de Educação, por meio do Centro de Apoio Multiprofissional ao Escolar (CAME), garante a eles adaptação curricular, professores de apoio nas aulas regulares e matrícula em salas de recursos no contraturno. Todos os seres humanos são únicos e merecem ser respeitados e amados,” afirmou.
O estudante Gustavo Paulo Silva, da turma de 5º ano, da Escola Municipal Augusto Weyand, detalhou como é viver com o Transtorno do Espectro Autista. “Eu sou autista, mas isso não me impede de fazer nada. Só tenho algumas dificuldades que talvez vocês não tenham. Eu possuo limitações na coordenação motora fina e sou seletivo na alimentação, porém sou craque nas quatro operações matemáticas. Quando estou sem medicação, fico muito agitado e começo a pular. Às vezes, também não consigo expressar o que sinto. Só mais uma coisa: autismo não se cura, apenas se compreende,” falou.
Já Paula Cristina Ferreira Ribeiro compartilhou a experiência da sua filha autista, Nicole Ribeiro, na Escola Municipal José Brazil Camargo. “A professora acolheu a minha menina muito bem desde o primeiro dia de aulas, mostrando-se sempre flexível e aberta para escutar a nossa família. A Nicole sempre volta feliz da escola porque ela sente que pertence àquele ambiente. Eu só tenho a agradecer,” disse.
“Nós precisamos compreender que as crianças autistas são capazes de evoluir, mas às vezes pode demorar. Enquanto profissionais da educação, nós precisamos focar no potencial que esses alunos têm. Eu agradeço de coração aos professores que nunca desistiram do meu filho. Graças ao apoio de vocês, ele está começando a se comunicar,” relatou Priscila de Oliveira Vasques, que é psicopedagoga no CAME e mãe do aluno autista Miguel Vasques, matriculado na Escola Municipal Presidente Médici.
Participaram ainda do encerramento da Semana de Conscientização do Autismo no Cine Teatro Fênix, o chefe do Núcleo Regional de Educação, Vladimir Barbosa da Silva; a diretora do Centro de Apoio Multiprofissional ao Escolar (CAME), Léia Sofia Viale; a presidente da Associação dos Pais e Amigos dos Autistas de Apucarana (AMAA), Maria Aparecida Barreto Honorato; a coordenadora dos Centros de Apoio Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD) e Infanto-Juvenil (CAPS IJ), Mariane Nunes dos Santos; a coordenadora de Saúde Mental do Município de Apucarana, Elisângela Gaspar Teixeira Castoldi; a secretária municipal da Mulher e Assuntos da Família, Denise Canesin; e a coordenadora do Polo da UAB, Sueli Gomes Rêis Gonçalves.