Os onze mil alunos da rede municipal apucaranense estão aprendendo de forma simples e lúdica a combater o mosquito Aedes aegypti, transmissor das enfermidades Zika, Chikungunya e Dengue. As ações de conscientização, que fazem parte do currículo escolar, estão sendo intensificadas esse ano devido à situação de emergência por que passa o país.
Desde o último 19 de fevereiro – dia nacional de mobilização da educação para o combate ao inseto – as crianças das 37 escolas e 22 centros infantis (CMEIs) municipais vêm participando de diversas atividades que visam alertá-las para os riscos de deixarem água parada.
Entre outros estabelecimentos de ensino, a Escola Municipal Dr. Joaquim Vicente de Castro, na Vila Santa Rosa, por exemplo, foi contemplada com palestra sobre o tema, ministrada por oficiais do 30º Batalhão de Infantaria Mecanizado (30º BIMec). Enquanto que, na Escola Municipal Juiz Luiz Fernando de Araújo Pereira, no Núcleo Dom Romeu Alberti, os alunos do 4º e do 5º ano aprenderam sobre a importância do uso diário de repelentes, sobretudo por mulheres grávidas.
Os alunos das Escolas Municipais Vida Nova (Jardim Monções) e José Brazil Camargo (Núcleo Michel Soni), por sua vez, fizeram uma busca ativa por possíveis focos do mosquito no entorno dos próprios estabelecimentos de ensino. E as crianças do CMEI Olívio Fernandes (Núcleo Tancredo Neves) confeccionaram, junto com suas professoras, réplicas do Aedes aegypti a partir de garrafas pet e placas de E.V.A.
Por fim, os alunos do 5º ano da Escola Municipal Papa João XXIII, na Vila Regina, prepararam paródias e uma pequena peça teatral, que foram apresentadas aos alunos da educação infantil a fim de informá-los sobre o assunto.
“Recolher um copo plástico ou outro lixo que se encontra jogado no chão e pode acumular água é uma ação que até as crianças menores podem executar. Entretanto, o mais importante é que os nossos alunos vão replicar o conhecimento adquirido junto aos seus pais, familiares e amigos, para que possamos conscientizar a sociedade apucaranense como um todo,” disse a secretária de educação, professora Marli Fernandes.
Ela acrescenta ainda que outros temas ambientais vêm sendo trabalhados na rede municipal, além do combate ao vetor da Dengue, Chikungunya e Zika. “Desde o ano passado, o projeto Sementes do Futuro, que foi idealizado pela superintendente pedagógica da AME, professora Neuzeli Lima, vem sendo aplicado nas nossas 59 unidades de ensino e já abordou com os alunos temas como o uso racional dos recursos naturais, a importância da coleta seletiva do lixo, e o incentivo à construção de jardins e hortas residenciais.”
Os resultados da conscientização ambiental já podem ser percebidos nos relatos dos estudantes. “Eu aprendi que não podemos deixar água parada em vasos, pneus, latas, etc., e que é errado jogar lixo nos rios, riachos e correntezas. Quando chego em casa, verifico o quintal inteiro para ver se encontro a morada da dengue,” disse Felipe de Araújo dos Santos, aluno do 5º ano da Escola Papa João XXIII.
“O arrastão que fizemos foi muito divertido: colocamos luvas, pegamos sacos e saímos para fazer a coleta do lixo espalhado pelo meio ambiente. Eu encontrei recipientes com água parada, que foi colocada pela nossa professora em uma garrafa transparente para que pudéssemos observar a presença de larvas. Quando cheguei em casa, fui contar para a minha mãe e orientei os vizinhos a limparem seus quintais pelo menos uma vez por mês,” explicou Luana Fermino de Souza, aluna do 5º ano da Escola Municipal Vida Nova.
De 07 a 11 de março, outra rodada de atividades para a conscientização das crianças sobre o combate ao Aedes aegypti já está agendada e será realizada em parceria com a Autarquia Municipal de Saúde (AMS), por meio do Programa Saúde na Escola. “Estão previstas desde palestras com agentes do controle de endemias, rodas de conversas e avaliações orais sobre o conhecimento dos alunos acerca do tema, colagem de cartazes e confecção de painéis no espaço escolar, busca por focos do mosquito, até a distribuição de mudas de citronela, planta que possui propriedades repentes,” detalha professora Marli.