O Dia Mundial do Meio Ambiente foi celebrado em 5 de junho, mas a conscientização
dos cidadãos sobre a necessidade de se preservar os recursos naturais tem que ser
constante. Por isso, a Autarquia Municipal de Educação, da cidade de Apucarana, no
Norte do Paraná, desenvolve o projeto Sementes do Futuro nas 37 escolas e 23 CMEIs
de sua rede. A proposta envolve os alunos e professores da educação infantil e do 1º ao
5º ano do ensino fundamental, bem como seus familiares, em atividades que vão desde a
participação em palestras, teatros e aulas expositivas até a realização de caminhadas de
conscientização e o plantio de hortas e jardins.
O início oficial do projeto aconteceu no mês de março de 2015, quando a AME realizou
um concurso de frases e desenhos entre os estudantes. Giovana Júlia Mota dos Santos,
do 3º ano, da Escola Municipal João Antonio Braga Côrtes destacou-se com uma
ilustração que mostra o ciclo da água e a importância da reciclagem, enquanto que a
sentença “Pare de falar e comece a fazer, cuidar do meio ambiente é um dever”,
composta por Anna Beatriz dos Santos Ferreira, do 4º ano, da Escola Municipal
Professor Wilson de Azevedo, foi eleita como slogan do Sementes do Futuro.
Outras ações realizadas ainda no ano passado foram a ida das coordenadoras escolares à
estação de tratamento de água e ao aterro sanitário local, como parte da formação
continuada ofertada aos educadores, a visita dos alunos do 5º ano ao ônibus
EcoExpresso Sanepar, que mostra por meio de maquetes o caminho da água do rio ao
rio, e a participação das crianças do 1º ano em palestras proferidas pelo gestor da
Cooperativa dos Catadores de Recicláveis de Apucarana, Itamar Gomes de Oliveira,
sobre a correta separação do lixo retornável.
De acordo secretária municipal de educação, professora Marli Fernandes, os envolvidos
no projeto ainda construíram hortas de temperos, de plantas medicinais e hortaliças,
pomares e jardins em todas as unidades de ensino. As mudas foram oferecidas pela
Secretaria Municipal de Agricultura e a orientação e a supervisão do plantio, feitas por
técnicos do Colégio Estadual Agrícola Manoel Ribas e da Secretaria Municipal de Meio
Ambiente.
Entretanto, o conhecimento adquirido não podia ficar concentrado apenas nas escolas.
Por isso, o projeto Sementes do Futuro buscou envolver também a comunidade. “Mudas
e sementes foram envidas por meio dos alunos às residências, para serem plantadas em
parceria com os familiares. A proposta era que cada criança registrasse em fotos como
era o seu quintal antes e depois da construção dos jardins e hortas. Além da difusão do
aprendizado, a atividade oportunizou momentos de interação entre pais, filhos, irmãos e
avós”, disse.
Um Simulador de Consumo de Água ainda foi arquitetado pela equipe da AME e vem
sendo utilizado desde o ano passado para trabalhar o uso sustentável desse recurso junto
aos estudantes do 5º ano. “O instrumento foi construído a partir de um galão plástico
transparente, um chuveiro e uma torneira. Com ele, é possível medir precisamente
quanta água gastamos em ações cotidianas e impensadas como escovar os dentes com a
torneira aberta ou tomar um banho de vinte minutos”, detalhou.
O objetivo principal da Autarquia Municipal de Educação com a aplicação do projeto
Sementes do Futuro é estimular o desenvolvimento da consciência ambiental. “Criando
amor às plantas e aos animais, as crianças também criam afetividade em relação ao seu
próximo e tornam-se multiplicadores dos valores e atitudes sustentáveis que queremos
ensinar”, explicou.
Já em 2016, os mais de onze mil alunos da rede municipal apucaranense estão
aprendendo, através do projeto Sementes do Futuro, a prevenir a transmissão da gripe
H1N1 e a combater o mosquito Aedes aegypti. As ações de conscientização, que fazem
parte do currículo escolar, vêm sendo intensificadas devido à situação de emergência
por que passa o país.
Em relação ao vetor da dengue, zika vírus e febre chikungunya, os alunos assistiram a
palestras e participaram de rodas de conversa sobre o tema, promovidas em parceria com a
Autarquia Municipal de Saúde e o 30º Batalhão de Infantaria Mecanizado, e foram
incentivados a produzir cartazes e maquetes, a plantar sementes de Crotalária e Citronela, e
a identificar possíveis focos do mosquito no ambiente escolar.
“Depois que as crianças aprenderam sobre a gravidade das doenças transmitidas pelo Aedes
aegypti, nós as levamos para as ruas, a fim de que partilhassem com a comunidade os
conhecimentos adquiridos,” disse a secretária Marli.
No último dia 04 de abril, os alunos e professores das turmas do Maternal III ao 5º ano do
Ensino Fundamental promoveram caminhadas e blitzes educativas e entregaram 36 mil
panfletos à população. O informativo trazia os principais sintomas da dengue, zika vírus e
febre chikungunya, o ciclo de vida do mosquito transmissor e as principais formas de
prevenção.
“Eu disse aos motoristas que pararam na blitz em frente à escola que a dengue pode
matar e por isso nós temos que combater o mosquito. Até uma tampinha de garrafa pode
acumular água e vir a ser foco de larvas. Alguns dos sintomas da doença são olhos
vermelhos e muita dor de cabeça,” ensinou a aluna Ana Rosa Rech Rocha, do 4º ano da
Escola Municipal João Antônio Braga Côrtes.
A secretária Marli Fernandes afirma que o trabalho já tem gerado uma mudança de
postura dos alunos em relação ao meio ambiente. “Alguns pais nos relatam que se
tornaram fatos corriqueiros seus filhos chegarem em casa e fiscalizarem o quintal para
ver se encontram água parada ou lavarem a vasilha de água do cachorro”.
A mesma sequencia de atividades foi desenvolvida em relação à gripe H1N1.
“Primeiramente os alunos aprenderam em sala sobre a gravidade da doença e as formas
da sua prevenção; e depois, durante o dia do desafio (25 de maio), eles foram ao
encontro da comunidade, distribuindo panfletos e orientando as pessoas a lavarem
frequentemente as mãos, a usarem o álcool em gel e a manterem os ambientes arejados,
entre outras medidas,” detalhou.
O Projeto Sementes do Futuro reflete a compreensão da Prefeitura de Apucarana e da
Autarquia Municipal de Educação de que o despertar de um novo olhar sobre o meio
ambiente e a adoção de uma postura ética perante a natureza são condições
imprescindíveis para a busca efetiva de uma vida saudável.