Apucarana promove a valorização da cultura afro-brasileira entre estudantes da rede municipal de ensino

Desde o início do mês de maio, membros do Movimento Apucaranense da Consciência Negra (MACONE) têm visitado as escolas municipais e conversado com as turmas de 4º Ano

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O Brasil é um país profundamente miscigenado. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022, 56% da população se autodeclara preta ou parda. Em Apucarana, a Autarquia Municipal de Educação desenvolve o projeto Valorização da Cultura Afro-Brasileira nos 24 CMEIs e 36 Escolas da sua rede. As atividades, que visam promover a autoestima e prevenir o racismo, são realizadas ao longo do ano letivo e envolvem mais de doze mil crianças.

A secretária Marli Fernandes destaca que a Lei nº 10.639/03 alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN 9.394/96) e tornou obrigatório o ensino da história e da cultura afro-brasileiras no Ensino Fundamental e Médio. Além disso, a reflexão sobre as relações étnico-raciais está prevista na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). “Os nossos professores são orientados a abordar o conteúdo de forma regular e transversal, por meio de atividades como rodas de conversa, debates, apresentações artísticas e literatura infantil negra,” explicou.

Desde o início do mês de maio, graças à parceria firmada entre a Autarquia Municipal de Educação e a Secretaria Municipal da Promoção Artística, Cultural e Turística (Promatur), membros do Movimento Apucaranense da Consciência Negra (MACONE) também têm visitado as escolas municipais e conversado com as turmas de 4º Ano. “Eles estão apresentando às crianças um teatro de fantoches, sobre o livro O Menino Marrom, do escritor Ziraldo, e mostrando a música Rap da Menina Pretinha, da MC Sofia. Ambos abordam a importância da valorização e do respeito à identidade afrodescendente,” acrescentou a secretária Marli Fernandes.

O prefeito Junior da Femac lembrou que o Brasil foi a última nação do continente americano a abolir o regime escravocrata. “Por mais de trezentos anos, os africanos e seus descendentes foram explorados, maltratados e viveram em condições desumanas no nosso país. E eles continuam sofrendo até hoje devido ao preconceito racial, que se mostra por meio de práticas e falas muitas vezes sem intenção. Acabar com o racismo estrutural é um processo longo, que passa da educação nas escolas até a mudança de postura da sociedade. Parabéns às equipes da Autarquia de Educação, da Secretaria de Cultura e do MACONE pelo desenvolvimento desta importante ação,” congratulou.

A execução do projeto Valorização da Cultura Afro-Brasileira continuará nos próximos meses nos CMEIs e Escolas de Apucarana, tendo como ponto alto as comemorações do Dia Nacional da Consciência Negra (20 de novembro).

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